terça-feira, 25 de maio de 2010

Do que somos feitos

Penso em ti como alguém
Para dizer apenas te amo
Com toda sinceridade
Despido de toda vaidade

E do mesmo jeito, alguém
Para dizer eu te odeio
Com força e com vontade
Mas nunca na eternidade

Porque acima, e juntos,
Diremos: nos amamos
Sei do que somos feitos

Porque juntos, e acima
Nos amaremos, nas nuvens
Voando, no ar rarefeito

domingo, 16 de maio de 2010

Soneto do farol

O bandido bate no vidro
Ele ataca, mas não mata
Você treme de medo e frio
Sente que a vida escapa

O bandido vai embora, só
Você respira e não relaxa
Ele treme de medo e raiva
Odeia se a presa escapa

Você sabe que seria pior
Se ele tivesse atirado
E tirado essa vida ínfima

Ele jura que será pior
Na próxima vai atirar
Estuprar, foder a vítima

terça-feira, 4 de maio de 2010

Uma voz

Sou, assim tão calado
Do teu lado, aprendi a viver
Sou, não me mostro inteiro
Primeiro, deixa eu te conhecer

Assim, me descubro em nós
Meus nós, desfaço nessa voz

Sim, mas agora me vejo
Teu beijo, fez eu me descobrir
Sim, quando agora me vejo
Não nego, eu não vivo sem ti

Assim, só nós dois nessa voz
A sós, nem cabemos em nós

Você veio assim
Como se só quisesse saber
De sofrer, de chorar, de querer

E eu cheguei por mim
Como quem só quisesse saber
De contar, de cantar, te encantar

E uma voz
E uma dor
E outra voz
E o amor
Ficou