segunda-feira, 30 de abril de 2007

Pronto

Quero ser teu

Pleno, inteiro

Poeta, primeiro

Morar em teu porto

E acordar sonhando

Viver em delírios

Crescer em teus cílios

Te olhando de perto

Silenciosamente

Continuamente

Porque estou pronto

E ponto

Passionalidade

Jamais chorei assim
A casa foi inundada, submersa
Os móveis ficaram perdidos
Ninguém ousou se aproximar
O cachorro desistiu de latir
A luz entrou em curto e apagou
Até a chuva cessou, por piedade

Jamais corei assim
Na frente da tela, na espera
O riso ficou abafado, preso
Tive medo de me aproximar
O vigia olhou desconfiado
O elevador subiu, arrastando-se
A água acabou, pela sede insaciável

E entre o corado e o chorado
Entre o certo e o incerto
Houve o quê?

Sequer tempo houve
(Me ouve...)

Houve a quebra abrupta
A pontada aguda
O desejo de escolher de pronto

Pronto: está feito
(Me ouve...)

Vai-se o novo, sem efeito
Vai-se o novo, quase inteiro
Quase inteiro

Ah, lindo jeito racional
(Me ouve...)

Vê-se que o opção, na verdade
Foi nada mais que um arroubo
De pura passionalidade

sábado, 21 de abril de 2007

Encanto

Você faz com que eu te leve
A todos os lugares

Mesmo que seja proibido
Mesmo que seja tarde

Ainda que os dias voem
Ainda que as horas passem

Você passa
Eu descompasso

Você anda
Eu desando

Você se move
Eu congelo

Você é fogo
Eu só queimo

Você é o colo
Que eu quero

Que eu sonho
Que eu venero

E haverá canto
Para o sonhar

Enfim virar
Encanto