Escrevo sem acento pois me dou por vencido
Esta maquina aqui nao tem traco
Nao tem crase
Nao tem nem o mais simples
Grave
Nao tem nem exclamacao
Grave bem
Entao dialogo sem travessao, sem aspas
Numa labia que se arrasta sem pontuacao
Numa eterna afirmacao
E ainda ha mais faltas
O que somos com a ausencia de interrogacao
O que somos sem os infimos acentos
Apenas um emaranhado sem sentido
Uma frase atras da outra
Coisa solta
Coisa tola
De impossivel traducao
Escrevo sem acento em minhas maos
Sou peito oco a bater sem coracao
Tenho alma escura, sem transparencia
Vivo enfileirado, surdo, mudo, cego
Sem aspas, sem travessao
Esta eterna reticencia
2 comentários:
Olha o cara zuando o teclado do meu laptop...
Dúvida cruel:
Usar os acentos, os traços e as cedilhas, mas abir mão da interrogação?
Usar a interrogação e abrir mão dos traços, dos acentos e das cedilhas?
Eis a vida, caro: a eterna e impossível conciliação dos botões EN e PT...
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