Minha vizinha chamou a polícia às 22h15 porque eu tava comendo pizza no domingo passado e bebendo um vinho chileno que me deixa alegre e vendo uma porra de um DVD e conversando sobre os rumos do universo. Éramos quatro mais o poodle.
_Seu guarda, desculpe, o senhor deveria estar prendendo bandidos. Eu só tô comendo pizza...
_É, eu sei, meu filho...
_E a senhora, cara vizinha, conhece a palavra intransigência?
_Intran...?
_I-n-t-r-a-n-s-i-g-ê-n-c-i-a.
_Você quer impressionar com esse papinho de advogado...
_É, advogado... Bom, vou entrar e comer mais pizza. Ela não fala minha língua, seu guarda...
_Eles estão numa festa, todos alcoolizados...
_Na minha casa eu bebo quando, quanto e o que eu quiser. Seu guarda, deixa eu falar no seu ouvido: ela vai te chamar quando eu estiver trepando, ok? Já anota o endereço que o senhor voltará sempre...
_...
_Você ri, não é? Adeus...
Entrei, fechei a porra do portão, voltei à pizza e ao vinho. Os amigos foram embora, obviamente. O DVD encheu o saco, obviamente. A vizinha seguiu no Fantástico ou algo fantástico do tipo. Enchi a taça e resolvi ser um bom menino: desliguei a TV. Mas toquei violão até as 3 horas, cantando alto para os males espantar.
5 comentários:
ISSO, garoto!
Enfim uma croniqueta encrenqueta.
Continue, kamarada. Poemas às vezes enchem os picuás.
Concordo.
mudou pra prosa!
Grande Americana...
Quero conhecer essa senhora! kkkkkkkkkkkk
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