O bêbado chegou do meu lado ontem à noite. Cambaleando. Pediu fogo. Não tinha. Pediu companhia. Não dei. Pediu um troco. Nem a pau.
Depois, parou de pedir. Foi saindo, aos tropeços. Mas parou. Ergueu o indicador da mão direita. Ensaiou uma meia-volta e se virou novamente para mim.
Deu dois passos. Me olhou bem - bem, ao menos tentou me olhar. Se esforçou pra manter o equilíbrio e disse: fica com Deus e vai com cuidado.
Eu, mesmo sóbrio, nunca tive tamanha bondade.