sexta-feira, 9 de maio de 2008

Canção de ninar

Quero que você chegue
Sabendo que meu amor
Será todo seu, pequena

Quero olhar seu rosto
E esperar amanhecer
Com você aqui, serena

E se, por acaso, você chorar...

Estarei sempre aqui pra te ninar
Estarei sempre aqui pra te ninar

Quero sentir sua pele
A roçar minha barba
Espessa, me cresça

Quero me ver passar
No seu olhar, mirando

A inocência, não cresça

E se, por acaso, você chorar...

Estarei sempre aqui pra te ninar
Estarei sempre aqui pra te ninar

Dorme, neném
Dorme, neném
Que o tempo é todo seu
Meu bem

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Vim do Verão

Então, de repente, nem sei quando
Vi que parei de chorar
Esfreguei meus cabelos brancos
Alisei meus olhos santos
Notei que o que era pra ser
Estava lá

Então, de repente, nem sei quando
Descobri...
A vida inteira, quando jovem
Lutamos para ser Verão
O corpo exposto, o riso solto
A alma e todo o coração vão
Mas o Verão, como se sabe
Tem suas muitas águas
Abundantes, fortes, desvairadas
E o Verão, meu caro, o Verão me passa

Então, de repente, nem sei quando
Me cobri...
E vi que eu já era Inverno
Pois sou frio, sou forte, sou Norte
Mostro só o que se deve
Rio só quando me serve
Como todo Inverno, seco
Ninguém vê a chuvarada
Pouco choro minhas mágoas
O Inverno, meu caro, o Inverno me serve

Então, de repente, nem sei quando
Com meus brancos cabelos de neve
Com minhas rugas, rusgas de leve
Sinto o Sol ofuscar, lindamente
A vista dos que vêm do Verão