terça-feira, 8 de agosto de 2006

Este eco

Há um tempo para cada coisa
E há coisas que não têm tempo
Pois às vezes o tempo foge
Ele escapa com o vento

E o tempo vira um exemplo
E se há ainda um jeito
Um modo de contar o tempo
O tempo que ele desfaz
O vento é amigo do medo
E o medo só sopra em paz

Já fui amigo do tempo
Narrava em mim cada trecho
E hoje, aqui, do meu jeito
Cavo e me escondo de mim

É só pra disfarçar o tempo
É só pra esconder o medo
Mas o tempo me faz ruim
O tempo me dói e me arde
Só me diz quando é tarde
Tarde é noite, escura em mim

Conto o tempo com os dedos
Sigo, fixo, eu perco a conta
Mas, então, o vento adverte
O tempo ainda espreita

Ele estreita e nunca deita
E se deleita com o medo
Pois o tempo é meu irmão
É meu sermão

É meu ímã, meu senão
E se ele passa, passo não
Se ele fica, fica o vão
E este eco... fica e fim

3 comentários:

Anônimo disse...

o tempo passa...

e tudo perde a razão de ser...

Creco disse...

O tempo vai dizer o que virá.

Anônimo disse...

As noites passam.
Os dias passam.
A uva, ela passa também.

As coisas, sempre elas, as coisas sempre passam. É a única coisa certa nesta vida. Tudo passa.

Então por que todos os anos a mesma coisa? A rotina congelada pela insistência burra e ultrapassada das estruturas sociais que por aí se desenvolvem? Os relacionamentos pessoais? O mormacento dia-a-dia trabalhista? Por que tudo isso sempre, por que o medo de empenhar-se em ações novas?