sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Mulher

Jamais haverá mulher como aquela que havia
Cuidava de mim de noite, amava sem fim de dia
Me afagava na cama, no banho ela me ardia
E mesmo sem haver chama, o fogo não se extinguia
Comia sem sal e amava, amava meu gosto de sal
Do som de um vinho aberto, ela fazia especial
Zelava pelas suas rosas, banhava de flor o mal
Transfigurava o opaco em brilho celestial
Mas eis que voltaram nuvens, eis que choveu aqui
E ela, já tão entregue, quase não me viu partir
Chorou o seu choro limpo, limpou seus olhos de atriz
Fez da vida seu rumo, fiz da vida o que bem quis
O vinho ainda esquenta o fogo que se extinguia
O banho ainda lava este ventre que nos ardia
Mesmo a noite dorme à espera de um novo dia
Mas jamais haverá mulher como aquela que havia

Um comentário:

Anônimo disse...

nunca mais haverá essa mulher que havia...