Me arrastaria num breu
Mas... ah, a noite é mais
Ela desencava os mortos
Enterra meus sonhos tortos
Faz da luz uma imensa treva
Deixa ver Deus até no ateu
A noite cria no silêncio um vácuo
Um nada incontável, seu apogeu
Vê que a lua, esse ser divino
De tanto cantado escureceu
Como a estrela que era brilho
E cansou de cintilar, escondeu
Tudo o que fica é uma sombra
Sobra então o ombro, só
Chora o choro, passa o tempo
Embebeda o pensamento lento
Vira um vulto vagando, vendo
Vai se desmanchando o breu
Clareia o dia, enfim
Arrasta a morte, tenta
Derruba músculos, pálpebra, ventas
Desfaz tudo o que doeu
E assim desfalece o negro
O escuro que havia arde
Ah... a noite sou eu
2 comentários:
"E assim desfalece o negro
O escuro que havia arde
Ah... a noite sou eu"
eu gostei mto disso.
rimas adoro rimas.
beijos e beijos
Muito bom. Que essa onda de inspiração dure o suficiente para compensar a ausência.
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