quarta-feira, 31 de maio de 2006

Sou eu

Sou eu, este ser injusto e agressivo
Tanto perverso quanto insensível
Talvez incapaz de olhar o bem
E permanecer dele cativo

Sou eu, esta papa de medo e de dor
Ora dourada, ora invisível
Que vive assombrada também
Misturando o frio e o torpor

Sou eu, isto que tudo abomina
Ser violento e irredutível
Mescla do mal e do bem
Reduto de uma alma alcalina

Sou eu, última instância
Da fé, da outrora criança
Que pobre, um dia sonhou

Sou eu, o ótimo exemplo
Alma rasgada, coração em rebento
Do mundo que nunca raiou

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