quarta-feira, 24 de maio de 2006

E mais nada

Olha esse quarto, não tem cheiro
Quase vazio e sem retrato
Lá vive um rapaz de corpo inteiro
Lá vive um rapaz de alma aos pedaços

Vê que coração mais ressentido
Pulsa como se fosse obrigado
Será que não tem sangue esse tipo?
Será que ele é mesmo amargurado?

Minha dor é saber que essas mãos
Dizem pra você que tanto sofro
Quero me ver livre deste escuro

Quero me ver livre e não sei como

Abra agora a porta, ilumina o quarto
Deixa que o sol traga um novo dia
Chora que assim o mal escorre
Chora que ele vai e não consome

E lembra de mim quando eu morrer
Diz que eu, com toda minha alma,
Fiz você viver um pouco mais
Fiz um pouco sim. E mais nada

2 comentários:

Creco disse...

Caralho, velho...
Vende isso pro Amarante!

PS: Tô começando a ficar preocupado contigo, meu irmão...

Abraço do Cleber.

Juliana Szabluk disse...

Acorda e perceba que o vazio preenche os buracos que as mãos de outrora ocupavam.
O vazio é a esperança da eterna possibilidade.
A vida é uma eterna sucessão de possibilidades que não se concretizam.